O tempo é um conceito relativo, não o tempo de Cronos, esse que estamos acostumados a quantificar, mas o tempo de Kairós, nesse não fala-se de números, mas sim, de um tempo imensurável. Sim, precisamos de um sistema capaz de mensurar as horas, os dias, meses e anos, no entanto, quando falamos das vivências da psique, nem sempre as coisas ocorrem de um modo tão linear, e cronologicamente como um ponteiro do relógio.
Em certos momentos, somos ao mesmo tempo, passado, presente e futuro, tais etapas nos parecem tão desconexas, mas, na verdade, estão a todo tempo comunicando-as umas com as outras. Nossa consciência também pode e ouso dizer que talvez devesse perambular entre esses polos, afinal, eles nos constituem. Se aprisionamos a nós mesmos em apenas em uma dessas etapas, em geral, é motivo de grande sofrimento.
Dito isso, não há como não mencionar o quanto vivemos um período em que "há prazos de vida a serem cumpridos", aos 18 anos você deve estar habilitado para dirigir, ao 25 graduado, com 30 deve estar casado e quem sabe com filhos... Mas diante da compreensão de que o tempo cronológico não é o mesmo da alma, será que de fato há uma regra para nossa existência?
Se meu corpo é minha casa e posso viver entre o hoje, o ontem e o amanhã, não seria esse o chamado para fugirmos da incansável e incessante busca por… Vivemos em um mudo de promessas para o amanhã. No futuro terei determinado objeto, preciso trabalhar muito e conseguir muito dinheiro... No entanto, alcançado tais objetivos, a vida parece ficar vazia e precisa novamente ser preenchida por um novo desejo e uma nova busca. Seria esse de fato a razão da nossa existência? E onde se encontram os demais polos das nossas vidas?
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